Ano novo, Constituição nova
A esquerda julga-se detentora única da defesa da liberdade e não quer permitir que os outros também a possam defender, ainda que através dos acontecimentos que a própria esquerda julga serem símbolo sublime da dita liberdade. A esquerda não quer que a "direita" defenda a liberdade para a poder acusar de não o fazer, extrapolando daí todo o seu apoio (in)directo perante o Estado Novo. Não lhes convém, portanto, dar espaço no campo das ideias e causas. É tudo uma questão de marketing político.
Dos Santos, My Guide to your Galaxy
Eu acrescentaria que a esquerda pretende assumir o monopólio do regime. A Constituição é a principal marca da esquerda, bloqueando qualquer acção governativa da direita. Ao fazê-lo impede a cabal concretização das propostas dos partidos de direita, fazendo-as crer de irrealistas e ‘insensatas’. Aprisiona-os a uma dimensão reducionista da política, e a um dilema ético que se traduz entre escolher a estabilidade política que passa por cumprir os mandatos até ao fim, ou lutar por reformas de fundo que, de forma a permitirem uma adaptação aos desafios do Século XXI, obrigam à luta e ao debate ideológico e ao atrito que dele resulta. Mudar a Constituição da República Portuguesa é essencial. O ano de 2006, pode ser o do início dessa mudança. Basta querer.
por André Abrantes Amaral @ 1/13/2006 11:54:00 da manhã
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