28.12.05

Forças de bloqueio

O setubalense Mário Nogueira queria ser candidato à presidência da república. Louvável intenção de um cidadão que queria dedicar-se ao serviço público.
Infelizmente, apesar de afirmar ter 8.000 assinaturas, não conseguiu que as juntas de freguesia lhe enviassem as certidões que as comprovavam (segundo ele, por culpa dos CTT e das greves nas autarquias).
O que me parece mais grave são estas outras afirmações do ex-candidato a candidato (via RSO):
«A lei parece não ser igual para todos», reclamou a dada altura, quando o TC lhe terá explicado que «as assinaturas dos movimentos independentes vão ser totalmente analisadas, enquanto se pressupõe que as dos partidos estão todas correctas».
A ter existido tal explicação, pode-se mesmo pôr em causa o processo em curso. Será, talvez, tempo de acabar de vez com a recolha e certificação de assinaturas pelas juntas de freguesia. Mantendo o actual sistema, priveligiam-se os apoiados pelos serviços dos partidos (as famosas máquinas partidárias, habituadas a estes processos burocráticos) e limita-se uma maior participação cívica. Já agora: porquê e para quê deve o estado saber que um determinado cidadão apoia a candidatura de outro?