8.11.05

O exemplo francês

O lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” tem sido o motor do desenvolvimento civilizacional. A tomada da Bastilha inspirou toda a humanidade, plantando o marco da contemporaneidade na cronologia histórica. Acabando com a Idade das Trevas, ofereceu-nos a consciência da dignidade humana. Foi em França, no final do século XVIII que Robespierre e Marat realizaram o enterro do Antigo Regime, de uma mentalidade errada e caduca.

No século XX a França voltou a agitar – e contagiar – as mentalidades mais progressistas. O Maio de 1968 evoluiu de um fenómeno parisiense para um acontecimento à escala mundial. A manifestação de um descontentamento estudantil transformou-se numa revolta social em todo o mundo. As águas agitaram-se e o poder instituído foi forçado a inflectir.

Não sei se Novembro de 2005 ficará na história, mas tenho a certeza que irá obrigar a uma revisão da política social francesa.

(...)

É bom não esquecer que a realidade que se vive em França é transversal à maioria dos países, principalmente nos ditos “Estados Ocidentais”.

A economia é extremamente importante em mercados abertos! É um facto!

E as pessoas? Qual é a importância que essa economia liberal atribui às pessoas? São apenas consumidores? Mão-de-obra mais ou menos qualificada? São todos necessários? Como consumidores ou como mão-de-obra? Que fazer aos excedentários? Continuar a estupidificá-los? Confirmar a caducidade do Estado-Social? Passar à caridade?
No Orgia Política.