Dia Europeu das Línguas
Para quem não saiba, hoje é o Dia Europeu das Línguas.
Certamente que haverá pessoas que dirão, "pronto! lá vem mais dum dia europeu de qualquer coisa". Diga-se de passagem que, habitualmente também só muito desconfiado quanto a utilidade destes "dias mundiais/europeus/internacionais" de tudo e mais alguma coisa. Para além disso, pela sua profusão, parece-me que banalizam o conceito, o que leva a que, frequentemente, muita gente não os leve a sério, sendo apenas comemorado por aqueles a quem tal diz respeito, exceptuano uma ou outra manifestação mais pública.
Não sei se este Dia Europeu das Línguas chegará ou não a muita gente, aqui em Portugal praticamente não se fala (exceptuando algumas iniciativas localizadas)mas, de facto, na Europa Comunitária, o problema das línguas é um problema bem real. A Europa a 25 tem 20 línguas oficiais (e não tem 21 porque os irlandeses abdicaram do gaélico na Europa). Por aqui se pode ver que o orçamento comunitário para serviços de interpretação e tradução é absolutamente colossal.
Por isso várias pessoas na União Europeia já avançaram, não há muito tempo, com a ideia de impor apenas três línguas oficiais, que seriam o alemão, francês e inglês. Isto pouparia ao orçamento comunitário as centenas de combinações de línguas necessárias. É claro que se levantaram imensas objecções dos Estados não contemplados por esta lista mínima.
Já nos anos 70, este problema (com uma Europa a 9 a partir de 1973)já se colocava e um deputado belga avançou a ideia de fazerem do latim (sim! do latim) a língua oficial a partir do qual os documentos oficiais serão traduzidas para a língua dos estados-membros.
Mas, independentemente, destes problemas, eminentemente, mais políticos do que linguísticos, apenas queria deixar um conselho aos leitores: não acreditem na velha expressão popular de que "burro velho não aprende línguas". Isso pura e simplesmente não é verdade.
Além disso, os benefícios de se saber mais do que a língua materna e, de preferência, saber pelo menos duas línguas estrangeiras, são evidentes para a qualidade de vida de uma pessoa. O acesso a fontes de informações que de outra maneira estariam, frequentemente, inacessíveis, o acordar para outras realidades torna o nosso mundo um pouco menos paroquial.
Nunca se é velho para aprender.
por Rui Oliveira @ 9/26/2005 02:43:00 da tarde
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