Retorno fiscal
Vital Moreira [VM] questiona porque ainda ninguém se pronunciou sobre a entrevista de Marvão Pereira ao semanário Expresso, onde este afirma que os investimentos na OTA e TGV serão recuperados, no máximo, em onze anos.
Caro VM, peço desculpa mas só posso responder por mim: estava na praia!
Mas ainda bem que mostrou - ao contrário dos ministros Mário Lino e Manuel Pinho - preocupação pela necessidade de debate sobre o tema.
Felizmente o João Miranda e o L. Aguiar Conraria já lhe deram muito boas respostas. Aliás, subscrevo esta pergunta do LA-C a si dirigida (meu link): "não é constitucional o governo reter os estudos que justificam o investimento na OTA?"
Contudo, gostaria de comentar a seguinte afirmação de Marvão Pereira:Num cenário cinza, «o mais plausível, na minha opinião», os privados não reagem e investem apenas 17 mil milhões de euros nos [próximos] 25 anos. Os novos empregos criados reduzem-se a 24 mil por ano e o impulso extra no PIB reduz-se a 21 mil milhões de euros no período. Ou seja, cerca de 1000 milhões por ano, ou 0,7% do PIB. Assumindo a mesma taxa de fiscalidade de 25%, as receitas fiscais seriam, ainda assim, de 240 milhões por ano. «Neste cenário, o investimento demoraria onze anos a ser recuperado, mas seriam ainda gerados cerca de 2500 milhões nos 14 anos seguintes».
Este professor de Economia esqueceu-se de apontar o facto dos seus cálculos relativamente ao investimento privado não estarem directamente relacionados com o investimento público no aeroporto da Ota e TGV. Logo, o retorno fiscal para o Estado será maximizado se não existir qualquer investimento público.
por BrainstormZ @ 8/25/2005 03:50:00 da tarde
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