A culpa

E quando Gaza se transformar na enésima desgraça do Médio Oriente, um território corrupto (como já é a Autoridade Palestiniana), informalmente controlado por terroristas (como a mesma Autoridade Palestiniana e, outrora, o Afeganistão dos Taliban), devolvendo a população local a uma miséria ainda maior do que a de hoje (população essa que necessitará mais ainda do que hoje de oferecer-se enquanto mão-de-obra barata da próspera economia israelita), de quem será a culpa? Não vale a pena esforçarmo-nos muito a adivinhar. A culpa será, claro, de Israel (a razão, logo se arranjará na altura) e, não esquecer (sobretudo, não esquecer), dos Estados Unidos da América. Aqueles bem intencionados que pensam, "vá lá, vamos dar-lhes uma oportunidade: depois, se as coisas correrem mal, não se poderão culpar senão a si mesmos", estão redondamente enganados. Alguma vez tal coisa aconteceu? Gaza e a sua desgraça futura não vão ser senão mais um item na lista de culpas dos culpados do costume.