13.7.05

Alternância política

Será a democracia portuguesa um regime onde pode haver alternância de políticos, mas não de políticas?
Ao eng. Sócrates, convem que não haja alternativa. Aos portugueses, convinha talvez que houvesse. Porque a “crise” do Estado Social, de que se fala há décadas, não é um acidente, mas decorre da própria maneira de funcionar do Estado Social.(...)E para sair do Estado Social, no âmbito da actual cultura política democrática, o caminho passa quase certamente pelas tradições ditas “liberais”, e mais especialmente pela concepção de um “modelo cívico”, assente na responsabilização dos cidadãos.(...)

Existem, em Portugal, comentadores e autores que usam as tradições liberais como ponto de vista analítico. Não existem líderes partidários que as tenham aproveitado como base de uma acção política. Sem políticos, pode-se, entre académicos e autodidactas, discutir indefinidamente os princípios e vantagens de um outro modelo de sociedade. Nem por isso haverá uma alternativa ao eng. Sócrates.(...)

Há ou não, nos actuais partidos à direita do PS, líderes capazes ou disponíveis para elaborar, dentro desta democracia, um projecto que seja mais do que a viabilização temporária do Estado Social através da venda de património, corte de despesas e aumento de impostos?(...)