A ilusão socrática
A maioria dos eleitores votou em Sócrates, depositando nele a esperança de encontrar vida além do défice. Os factos, como esperado, demonstraram precisamente o contrário. Vai daí, Sócrates inventou um sistema de, ‘puxando’ o défice para uns dramáticos e virtuais 6,83%, alertar o povo para a necessidade de salvar o Estado social. É assim que o nosso PM se apresenta. Como o homem que, mais que equilibrar as contas públicas, salvará as ditas conquistas sociais. As conquistas sociais de uns tantos (que trabalham para o Estado), mesmo que em detrimento de muitos e de mais uns poucos. Dos muitos que trabalham no sector privado e dos poucos que, por gostarem ou não terem outra alternativa, trabalham por conta própria.
Sucede que, ao seguir esta política, Sócrates, além de pôr a esquerda a defender os privilegiados, coloca-a também contra o sector mais dinâmico da sociedade. O governo de Sócrates vai ter esta marca: a do homem que, na defesa da sua tripulação, se inquieta com cada buraco, tapa impacientemente cada brecha e na aflição de quem agonia, anseia pelo fim da tormenta e que a barcaça aguente.
Acontece que a borrasca que é a globalização nunca mais vai acabar.
por André Abrantes Amaral @ 6/30/2005 11:58:00 da manhã
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