Adeus Gerhard Schröder? - II
Convocar eleições antecipadas na Alemanha não é fácil. Um das maneiras (já usada no passado por Brandt (1972), Schmidt (1982) e Kohl (1983)), é o Bundeskanzler pedir um voto de confiança ao Bundestag e convencer os membros do próprio partido a absterem-se ou votar contra.
Mesmo assim, o Bundespräsident (presidente da federação) pode ou não convocar as eleições. Terá de verificar se de acordo com a constituição há uma genuína falta de confiança ou perturbação do trabalho do governo. Outra opção que tem é pedir ao Bundestag que vote outro Bundeskanzler (pouco provável que a maioria SPD/Grünen tenha uma alternativa a apresentar).
Se o presidente federal dissolver o parlamento, os deputados descontentes com essa decisão podem recorrer para o Tribunal Constitucional para que este confira se de facto havia razão para a dissolução. O Die Welt reporta que há um número crescente de deputados da coligação que pretende fazer isso mesmo.
Um alternativa que provavelmente não será usada por Schröder é a sua própria demissão do cargo. O problema, para além da imagem de abandono que lhe traria, é que teria de esperar que o parlamento não conseguisse eleger um novo chanceler, para que houvesse novas eleições.
Um exercício possível é comparar este processo com o português e o que aconteceu o ano passado com a escolha, e posterior demissão, de um novo primeiro ministro suportado por uma maioria estável e qual o papel do nosso PR no processo.
por LA @ 6/30/2005 09:54:00 da manhã
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