20.5.05

Os liberais e a PT II

[Os "liberais à portuguesa"] devem saber, são os únicos, onde acaba o Estado e começa (o monopólio d)a [Portugal Telecom] e vice-versa. Terão direito a falar quando reconhecerem que não há verdadeiramente um mercado livre e transparente de telecomunicações em Portugal
(...)
o melhor para o País, e até para os actuais accionistas da PT, é, a prazo, uma PT retalhada, e coitadinhos quando compraram ações da PT não sabiam que o Estado detinha a golden share.

Há ziliões de razões para se criticar o Estado, e o Governo, até o Ministro das Obras Públicas, mas criticar o Estado por este, uma vez, cumprir a sua obrigação e função é manifestamente infeliz...
O insurgente Miguel já respondeu, mas noto que o texto do Manuel é um pouco ambíguo:
  • defende a intenção do ministro exercer maior controlo sobre a PT mas deseja que a empresa seja retalhada para que se criem "condições para um eficiente e saúdavel mercado de telecomunicações em Portugal" - deste modo, deixando o Estado de ter efectivo controlo sobre as estratégias das novas empresas;
  • acusa-me (o "liberal à portuguesa") de não reconhecer a inexistência de um verdadeiro mercado livre de telecomunicações mas caracteriza a minha crítica à intervenção estatal neste sector de "infeliz" - como se o Estado não fosse a principal causa das barreiras à liberdade concorrencial;
  • afirma que "gostava de ser liberal" mas ainda tem alguns resquícios socialistas.

Nota final: as acções da PT são, certamente, negociadas com um desconto correspondente ao poder exercido pelo Estado português através da sua golden share. E quanto maior o controlo, maior o desconto...