A vitória triste
O governo apresentou um projecto-lei de limitação de mandatos de cargos políticos que, se à partida parecia cheio de boas intenções, rapidamente, e ao lhe pretenderem atribuir efeitos retroactivos, demonstrou o lado perverso da política e da chegada ao poder. A ser aplicada retroactivamente ela deixa de ser uma lei geral e universal para ser específica e individual, passa a ter um alvo que é Alberto João Jardim.
Não interessa agora discutir as razões que levam à manutenção de Alberto João Jardim no poder durante tanto tempo. Se existe ou não verdadeira liberdade na ilha da Madeira. O que é certo é que as eleições sempre correram com total normalidade e nunca ninguém contestou o seu resultado. O governo do Partido Socialista o que pretende é vencer nos gabinetes e que não consegue com o voto. É triste, porque ao fazê-lo comete o acto que critica ao líder madeirense: O não ser um verdadeiro democrata. É grave, porque o procedimento deste projecto-lei é mais um passo numa técnica que corre o risco de se tornar prática comum: Alterar democraticamente as regras democráticas, para se atingirem os fins políticos pretendidos.
por André Abrantes Amaral @ 4/19/2005 11:44:00 da manhã
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