Casa da Música
Estamos no quarto dia após a inauguração da Casa da Música no Porto. Diga-se de passagem que eu, apesar de gostar muito de música, ainda não pus lá os pés, nem o farei, muito provavelmente, nos tempos mais próximos. Bem, mas isto é um aparte, que tem mais a ver com o facto de eu duvidar que a Casa da Música seja a infra-estrutura de que o Porto necessitava para dinamizar a actividade musical da cidade. È uma outra discussão a que voltarei com maior pormenor.
Do que quero falar agora é das declarações espantosas feitas acerca de Pedro Burmester pelo Presidente da República e a Ministra da Cultura. Rui a. e João Miranda já dissseram muito do que eu queria dizer.
De qualquer modo, até parece que Pedro Burmester é insubstituível para o projecto (se é que existe) da Casa da Música. Tal como com as boas intenções, também com insubstituíveis está o inferno cheio. Tal como o João Miranda diz, Burmester mais parece um comissário político. Aliás, a sua actuação enquanto esteve na Casa da Música aproximou-se disso, juntamente com uma arrogância de quem parecia deslumbrado com a sua própria sapiência.
Há um enorme provincianismo em todo este caso, desde os panegíricos mais extremos à arquitectura da Casa da Música, a admiração basbaque, todas estas intervenções com directos televisivos acerca de tudo e de nada.
Seria sem dúvida importante que a Casa da Música funcionasse devidamente, com uma programação minimamente interessante, mas estes exemplos, desde a sua construção e derrapagens até ao facto de não ter ainda, 6 anos depois, um modelo de gestão definido, mais toda esta rábula à volta do Burmester, fazem-me desconfiar que isto não vai acabar nada bem.
por Rui Oliveira @ 4/17/2005 05:37:00 da tarde
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