Soares, o Fascinante
Uma vez mais, dei por mim a assistir a parte do programa ‘Sociedade Aberta’, em que o jornalista António José Teixeira entrevista Mário Soares. O ex-presidente da República fez vários comentários (diga-se que, todos eles sem qualquer novidade) à constituição do novo governo. Na medida em que os seus comentários eram parcos de conteúdo, ganhou relevância a forma como Soares se referiu a cada ilustre membro do Partido Socialista. A todos os mencionou pelo primeiro nome ou pelo apelido. Falou do Tozé (José António Seguro) do Guterres (ex-primeiro-ministro) do Cravinho, Gama, Alegre e até mesmo do João (o seu filho de sangue). Definiu quem eram os ilustres, aqueles que tinha curriculum, os que ainda tinham de dar provas e os que possuíam um radiante futuro pela frente. Ontem, eu vi Soares, o chefe dos oligarcas, a dar as suas notas, os seus conselhos e a dizer a todos uma coisa muito simples: O poder está nas vossas mãos, mas quem tem a última palavra sou eu. Soares é um democrata. Não haja aqui qualquer dúvida. No entanto, no seu estrito grupo de amigos e influências, ele manda. E dispõe sempre que pode. Fruto da sua perspicácia, pode quase sempre.
por André Abrantes Amaral @ 3/16/2005 10:48:00 da manhã
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