A escola do Estado
Num artigo de hoje do Público (A Crise da Escola do Estado, não assinado na edição on-line, mas julgo que seja de Luís Salgado de Matos) é abordado o problema da degradação da qualidade do ensino público.
Fico perplexo com a facilidade com que se assume que "educar" é uma função do Estado, através do mecanismo formal da escola ou de outro qualquer, sem que se estabeleça uma distinção entre "instrução" (essa sim função da escola) e "educação" (função da família e das chamadas "instituições intermédias").
Também não deixa de ser estranho que a mais importante via de solução para o problema da perda de qualidade do ensino público continue a ser ignorada: a privatização. Total ou parcial, de que forma e em que sequência temporal são questões de "como"; que pressupõem uma resposta afirmativa à questão "deve a escola ser essencialmente privada"?
Numa escola pública, a situação descrita no início do artigo repetir-se-á perante a impotência geral; numa escola privada, se o aluno não está "interessado " em aprender, é bem menos provável que os pais (ou o Estado, se partilhar os custos de educação) continuem interessados em deitar dinheiro à rua. Quanto mais tempo é que vai ser necessário até que a sociedade portuguesa compreenda que o preço é um mecanismo de exclusão democrático, transparente e partilhável, que se opõe a formas de exclusão bem mais subtis, ocultas e discriminatórias?
por FCG @ 2/28/2005 09:51:00 da manhã 1 comentários
1 Comentários:
"Quanto mais tempo é que vai ser necessário até que a sociedade portuguesa compreenda que o preço é um mecanismo de exclusão democrático, transparente e partilhável, que se opõe a formas de exclusão bem mais subtis, ocultas e discriminatórias?"
Infelizmente, acho que muito, mas há que fazer por isso...
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