Liberdade
Como há tempos referia o Professor Rui Ramos, o problema da Direita portuguesa é a recusa em conceber que existe um background ideológico e tendência para justificar as suas medidas apenas na vertente económica. A título de exemplo, a questão do défice orçamental foi apresentada por Durão Barroso e Manuela Ferrira Leite como uma "imposição de Bruxelas" ou com a necessidade de não podermos gastar mais do que temos (refira-se que mesmo perante uma máxima que parece saída da boca do Sr. La Palisse exista quem pense o contrário). Embora até certo ponto seja verdade, a questão está colocada de forma errada. Esta medida deve ser adoptada para bem dos portugueses, presentes e futuros, independentemente das imposições da Comissão ou do eixo franco-alemão. A questão do défice zero (embora correcta) nada nos diz acerca do nível de despesa do Estado. Qualquer nível de despesa seria justificado desde que as receitas fossem suficientes. A verdade é outra. Cada Euro dispendido pelo Estado representa menos um Euro (ou dois segundo a Lei de Friedman) disponível para os contribuintes. E a questão não é meramente financeira. Representa também uma perda de liberdade do indivíduo em favor do Estado, 90% da vezes em nome de um duvidoso princípio de "Justiça Social". A liberdade do Estado é inversamente proporcional à liberdade do indivíduo. É por este último que nos batemos. Contra o Estado omnipotente e contra aqueles que o procuram endeusar.
por Miguel Noronha @ 2/27/2005 04:05:00 da tarde 0 comentários
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