10.10.06

Intervenção rima com corrupção

Todos sabemos que intervenção rima com corrupção e que esta, mais que combatida, é incentivada por uma visão utilitarista do Governo e da Administração Pública, – inseparável do que Schumpeter chamou Estado Fiscal - hoje, perigosamente consensual. Na Segurança Social, por exemplo, mais do que o princípio da capitalização, o que se questiona são os “custos de transição” e os ganhos do sistema actual comparados com um sistema misto. A suspeita sobre o privado está lá, mas a ênfase vai mais para as contas, ainda que, no limite, para justificar o sequestro, tudo sirva: desde a solidariedade ao perigo da bolsa. Os bondosos governantes não distinguem entre pensionistas e contribuintes, e entram em pânico com a ideia de dar liberdade de escolha às pessoas. Ora sem essa liberdade as pessoas nunca ganharão consciência dos custos das suas escolhas e do valor (não apenas material) da liberdade e da responsabilidade individual. Compreende-se a revolta do homem de aviário contra a dieta imposta. Mas a ocasião é boa para pôr fim a um totalitarismo encoberto que obriga a Sociedade a viver para o Estado. É essa a luta a continuar.