Sobre a importância do Insurgente

Este caso fez-me pensar um pouco sobre um padrão que detecto ter vindo a crescer ao longo dos últimos meses, coincidindo com a crescente a afirmação e impacto do Insurgente a vários níveis. São cada vez mais frequentes - especialmente à direita, mas não só - os apelos para que por aqui se tomem posições em determinado sentido. Aparentemente, os autores desses apelos preferem (talvez devido a terem uma percepção da importância do Insurgente superior à que os próprios insurgentes têm) apontar o caminho que o Insurgente deveria seguir a tentar argumentar as suas posições pelos seus próprios meios (talvez por não conseguirem ter o impacto que ambicionam).

Percebo perfeitamente (e aprecio) o crescente fluxo de notícias que nos é enviado pelos leitores mais atentos assim como as críticas construtivas que recebemos. Percebo igualmente o crescente número de pedidos que recebemos para fazer links, divulgar iniciativas extra-blogosfera ou apoiar determinadas causas.

O que já me custa a compreender é que haja quem tenha a ambição (desejo?) de que os insurgentes se desviem das suas respectivas (e plurais) opiniões para fazer pelas posições dos cada vez mais numerosos treinadores de bancada aquilo que eles mesmos se revelam incapazes de fazer. Uma observação que é motivada pelo recente micro-episódio suscitado por alguns empenhados fãs de JPP (por cuja conduta, obviamente, JPP não pode ser responsabilizado), mas que é igualmente válida para alguns outros bloggers, académicos, políticos (e respectivos assessores), jornalistas e todos mais a quem a carapuça sirva. Com todos os seus defeitos e limitações (que são certamente muitos) e sem nenhum membro com reconhecimento mediático, o Insurgente atingiu um patamar de impacto que, apesar de modesto, aparentemente já incomoda seriamente alguns e interessa bastante a outros. Pela minha parte, fico satisfeito com mais este sinal de sucesso e agradeço todos as sugestões e críticas feitas de boa fé, mas continuarei a desiludir quem cultiva a ilusão de que se poderá servir do que não construiu.