Middle ground?
No dia das eleições para a presidência dos EUA em Novembro de 2004 estava na Califórnia. Eu e mais pessoas de dezanove diferentes nacionalidades europeias, indonésios, australianos, brasileiros, sul-africanos, neo-zelandeses e japoneses.
Americanos votantes de Kerry disseram-me: “If Bush wins, I’ll leave the US!” Não ouvi nenhum a dizer: “If Kerry wins I’m outta here!.” O comentário de um norueguês à vitória de Bush foi: “Stupid americans!.” - I, the jury!
Ponho-me nos sapatos deles e provavelmente votaria em branco. Custa-me no entanto, a falta de respeito pelo jogo democrático, pela liberdade de voto dos outros. Quer queiram quer não esta gente cheia de self-righteousness só admite a liberdade dos outros se as coisas funcionarem como eles idealizam. Eles sim, são os little Eichmanns.
Não me custa admitir que, quando apoio Israel no Líbano, ou acuso os radicais islâmicos de islamofascismo (e são islamofascistas), faço o jogo dos idealistas neo-cons. Não posso no entanto renegar os factos nem iludir a realidade. É dar cartas a quem não as merece, mas seja.
O contrário também é verdade. Os que acusam Israel como o fez frei Bento Domingues (resguardado na caridade Cristã) hoje no Público, admitam que justificam e desculpam os actos dos terroristas islâmicos. Porque é isso que fazem. Quer queiram, quer não. Não, não é maníqueismo. O middle-ground há muito que se esgotou. Não tomar partido na guerra fica para os suíços, eternos guardiões do resultado sangrento destas coisas.
por Helder Ferreira @ 9/11/2006 12:43:00 da manhã
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