13.9.06

Marxismo cultural e instrumentalização da Igreja

Padre Paulo Ricardo de Azevedo, consultor da Congregação do Clero, em assuntos de catequese junto à Santa Sé, professor de Filosofia e Teologia, e reitor do Seminário Cristo Rei de Cuiabá (MT) denuncia as influências materialistas do marxismo cultural no mundo Ocidental com o objetivo de "descristianizar" a sociedade. Alerta para o perigo de uma leitura sociológica da Bíblia em função dos interesses do comunismo.
Uma entrevista com preocupações que são igualmente válidas dos dois lados do Atlântico... ###

cancaonova.com: Quais os principais meios utilizados pelos militantes do marxismo cultural para difundir suas idéias?

Padre Paulo Ricardo: O primeiro ponto é que eles agem em dois campos muito distintos. O primeiro campo mais importante para eles são as universidades, onde, basicamente, quase todos os professores, de alguma forma, foram influenciados por esse tipo de pensamento materialista e socializante. Já o segundo são os meios de comunicação. Através das novelas e noticiários, eles vão influenciando e montando a mentalidade do povo de uma forma contraria à do Cristianismo e à visão espiritual da realidade.


cancaonova.com: Como padre, na sua história de vida, o senhor percebe que foi alguma vez instrumentalizado pelos pensadores do marxismo cultural?

Padre Paulo Ricardo: Sem dúvida nenhuma. Quando eu era um jovem estudante de Filosofia, eu seguia aquilo que os professores ensinavam em sala de aula, dentro da universidade. E, sem perceber, ia escorregando para esse tipo de leitura sociológica, uma leitura socializante da Bíblia. Mas graças a Deus e pela providência divina, eu fui encontrando livros que, aos poucos, foram me abrindo os olhos e é por isso que, hoje, quero prestar esse serviço para as pessoas, ajudando-as também a encontrar o caminho de saída desse tipo de pensamento que esvazia o Evangelho.