A frieza do socialismo
Quando em Portugal alguém defende medidas liberais é, de imediato, acusado de apenas ver números e esquecer as pessoas. Vistas assim as coisas, dá-se a entender serem os liberais não mais é que uns tecnocratas em contraponto com os socialistas que são humanos. No socialismo estaria a sensibilidade humana, a bondade, a conhecida solidariedade, enquanto entre os liberais existira uma mera frieza. Foram estas as principais críticas feitas aos senhores do Compromisso Portugal. Mas o que se passa é exactamente o contrário.
Sempre que um liberal defende que a reforma das pessoas não deve ser obrigatoriamente tutelada pelo Estado, quando a educação deve ser escolhida pelos pais dos alunos, a saúde deve estar nas nossas mãos, ele está a defender os cidadãos do poder central. De um poder que, não sendo sensível às vontades individuais, não chega à pessoa humana e se fica pelos números. Por isso, escolas e maternidades são hoje friamente fechadas pelo Estado que decide em Lisboa. No ponto em que as coisas estão, quando um socialista acusa um liberal de apenas ver números, ele está a dar um tiro no pé. O socialismo não é humano, mas colectivo. E quem não vê a essência da pessoa humana não é solidário, nem bom, mas apenas seco. Por muito que se arrogue do contrário.
por André Abrantes Amaral @ 9/26/2006 10:26:00 da manhã
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