O Público é um jornal de “referência”, dizem
Sabemos que mesmo o que é supostamente “apenas” notícia é também a interpretação da mesma pelo jornalista que a escreve. Há quem ache bem e quem pense o contrário. Desde que os factos sejam apresentados, é possível perceber o noticiado. Chega. As colunas de opinião vinculam apenas o seu autor, embora na febre de mostrar diversidade os jornais convidem as coisas mais indescritíveis. Mas pronto, escrever num jornal não é um direito mas a asneira e a má-fé são livres.
O correio dos leitores é ligeiramente diferente. Presumo que os jornais recebam dezenas, senão centenas de cartas de leitores, sobre os mais diversos assuntos e que tenham critérios para seleccionar as cartas que publicam. Hoje no jornal Público, liam-se duas cartas sobre a guerra no Médio Oriente. Uma de um leitor a favor de Israel, outra de alguém que o condenava (de notar que ninguém que condena Israel, defende terroristas, só condena Israel…). Presumo pois, que quem seleccionou os textos tentava apresentar duas visões diferentes. O segundo leitor, dava como exemplos os casos de Mohammed Al-Dura, morto em 30 de Setembro de 2000 e da família morta na praia de Gaza. Qualquer responsável com um mínimo de ética e vergonha na cara, reconheceria que defender uma posição usando como argumento duas mentiras, não é publicável por escolha do jornal. Que o façam quando há dúvidas, já é difícil aceitar. Neste caso é inadmissível. Pode ter, no entanto uma unintended consequence, que é perceberem que para atacar Israel é preciso mentir com os dentes todos. Assim como faz o Daniel Oliveira.
por Helder Ferreira @ 7/30/2006 01:00:00 da manhã
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