2.5.06

Portugueses imóveis

Segundo notícia do Público (com dados do IEFP), a falta de mobilidade geográfica dos portugueses justifica parte dos valores do desemprego:

O instituto não tem informação tratada sobre desajustamentos do mercado de trabalho do ponto de vista geográfico, mas os seus dados confirmam a existência de oferta de emprego e da existência de desemprego em algumas mesmas áreas de actividade. Isto quer dizer, por exemplo, que pode haver empregados do comércio em excesso em Trás-os-Montes e falta deles no Algarve ou na Madeira.(...)
"Não é fácil a mobilidade interna", disse ao PÚBLICO Alexandre Rosa, vice-presidente do IEFP. "Uma das características do nosso mercado de emprego é que havendo desempregados e oferta, o ajustamento não é fácil", acrescenta.

Podemos relacionar a falta de vontade em abandonar a área de residência habitual, muitas vezes a mesma há gerações, com o mercado imobiliário: o reduzido tamanho da procura para arrendamento e a vontade de comprar a casa onde se habita (nem que isso signifique um nível de endividamento absurdo). E como considerar, neste quadro, o impacto das garantias sociais promovidas pelo estado para quem se encontra em situação de desemprego? Funcionarão ou não como desincentivo à procura de emprego em zonas afastadas do local de nascimento (sendo que "afastado", dada a dimensão de Portugal, pode não ser muito longe)? As prestações sociais prolongadas impedem ou não que se empreenda a procura de oportunidades noutro lugar ou mesmo noutra profissão? Podem os imigrantes que nos procuram aproveitar melhor essas oportunidades por terem uma maior e já demonstrada disponibilidade para a mobilidade laboral/geográfica?
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