John Kenneth Galbraith (1908 - 2006)
Relativamente à obra de Galbraith tenho simultaneamente uma forte aversão pela esmagadora maioria das teorias que defendeu (Galbraith foi um dos mais influentes defensores do socialismo nos EUA ao longo do Séc. XX e como tal responsável por danos inqualificáveis à economia americana e mundial) e alguma concordância pelas suas críticas à metodologia neoclássica (ou que se tornou predominante entre os neoclássicos a partir de meados do Séc. XX).
Estou certo que, numa perspectiva austríaca, o texto que William Anderson está a preparar fará um balanço razoável, justo e mais abrangente da obra de Galbraith do que eu poderia fazer, pelo que não prosseguirei por esse caminho neste momento.
Limito-me a recordar que, quando há já alguns anos, por ocasião de um trabalho sobre análise económica da publicidade, li The New Industrial State e The Affluent Society fiquei com a impressão de estar a ler textos de um economista que se tinha enganado em quase tudo (roçando a espaços o absurdo e/ou demagógico) mas que era, ainda assim, um economista. Já ao ler artigos de alguns neoclássicos, mesmo quando por vezes as suas conclusões são bastante próximas das minhas, fico frequentemente com a sensação de que o autor é um matemático falhado que preenche o tempo a desenhar puzzles complexos para descrever (quase) banalidades. É o único elogio que posso fazer em consciência a Galbraith e, nos tempos que correm, não me parece pouco.
por André Azevedo Alves @ 5/01/2006 01:50:00 da manhã
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