18.4.06

A igualdade é assexuada

A avaliação que exige igualdade de tratamento entre homens e mulheres chumbou a medida que visa reduzir o número de trabalhadores na Função Pública, avançou o [secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros]. A resolução do Conselho de Ministros, que regula a admissão de novos efectivos respeitando o princípio de uma nova admissão por cada duas saídas, teve de ser «repensada».

O Governo não especificou ao PortugalDiário quantas medidas governamentais foram alteradas por serem sexistas, mas avançou com mais três exemplos de medidas «repensadas»: a lei que criou o Conselho Nacional da Formação Profissional, a legislação que alterou a forma de distribuição dos resultados líquidos dos jogos sociais explorados pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e a proposta de lei que estabelece o regime jurídico do associativismo jovem.

[via PD]
Se o primeiro ministro fôr consequente na sua procura de establecer no país o igualitarismo assexuado, indistinto do indivíduo que cada um é, vai ter muito que fazer. Mas nem sempre o fará promovendo activamente o favorecimento do sexo feminino. Devemos esperar a introdução de limites de admissão às universidades (não só nas públicas mas também nas privadas), restringindo de forma drástica o número de mulheres que as frequentam (hoje, em maioria clara face aos homens) e evitando o excesso de quadros superiores femininos nos anos que se avizinham. Devemos também esperar o despedimento de milhares de professoras e a sua substituição por homens (nem que seja à força). Não será díficil encontrar mais casos em que a intervenção do nosso visionário PM seja necessária e urgente. Para tal conta com o apoio do seu governo formado por 46 homens e 5 (cinco) mulheres.