A grande teimosia
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Quando a Airbus lançou o A380, foi ver os sorrisos dos chefes de governo europeus lado a lado com o orgulhoso Chirac. Afinal, a ‘Europa’ conseguia fazer brinquedos maiores e mais espectaculares que os americanos. Os jornais espalharam a boa nova e o povo rejubilou com a notícia. Aquele grande avião seria um símbolo da força e independência europeia. Ainda houve quem lembrasse que a Boeing não pertencia ao Estado norte-americano e o gasto estatal na Airbus impedia outros investimentos mais úteis e produtivos. Como sempre, quando a realidade teima vir ao de cima, ela foi empurrada para baixo na esperança de ser esquecida.
Sucede que nem tudo corre bem na Airbus. O referido A380 parece que gasta em demasia e os malandros da Boeing tiveram a ousadia de, ao invés de entrar na corrida do tamanho dos aviões, inovar com um mais humilde e eficaz 787 Dreamliner que é um sucesso comercial. Gustav Humbert, o chefe executivo da Airbus, diz agora que a sua empresa ‘ouve os seus clientes’ e vai fazer alterações nos planos. Já era sem tempo. Mas será que os Estados, nomeadamente o francês que anda a querer controlar a companhia aérea europeia, os escuta?
por André Abrantes Amaral @ 4/11/2006 01:59:00 da tarde
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