Mundo Moderno
Nesta semana, enquanto as mulheres mais dadas à folia despiam as roupas, o senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros despiu-se de vergonha. E foi já sem qualquer pingo da dita que foi ao Parlamento confirmar o que se pensava que ele pensava: a guerra do Iraque é a culpada de tudo, e a violência do extremismo islâmico é "compreensível". O que é difícil de compreender é como este homem ainda é Ministro dos Negócios Estrangeiros. Também difícil de compreender é o esforço do presidente Sampaio em condecorar todo e qualquer cidadão português nesta sua última semana na Presidência. Quem tempo e vontade de ser generoso é o Estado. O Estado não tem mandatos. É eterno, e caminha para a omnipresença. Um diário português (talvez obscuro para a dra. Câncio) fez manchete do facto do Estado ter sido o maior criador de emprego desde 2001. A tendência é para assim continuar a ser, até porque há uma promessa de criar 150 000 empregos. Quase tantos como os condecorados de Sampaio. Em França, Dominique de Villepin veio defender aquilo que entendeu por bem chamar de "patriotismo económico". Mais um belo exemplo do europeísmo francês. Já para não falar de que os únicos patriotas que dele vão beneficiar serão as empresas protegidas da sua incompetência e incapacidade, que será paga pelo comum cidadão francês. Não me interprete mal, caro leitor. Não perco o sono por causa do comum cidadão francês, que tem aquilo que merece. Mas sei do apreço que as inteligências pátrias têm pela França, e o estranho hábito que têm de importar todos os defeitos que Paris gosta de oferecer ao mundo. Temo que por cá também se queira um novo "patriotismo económico", que nos afunde ainda mais no nosso patriótico atraso.
por Anónimo @ 3/05/2006 10:08:00 da tarde
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