24.3.06

Cronistas com agenda

É normal que os políticos se organizem colectivamente. Os solitários não ganham congressos. Mas já é estranho que se exija a quem escreve sobre política que escolha um bando, um colectivo, um clube. Como se fosse inevitável enfiar uma pessoa num grupo para ela poder existir. Como se os textos e as posições não valessem pelo que são: tentativas correctas ou desastradas de compreender a realidade. Aqui há tempos, Pacheco Pereira associou todos os colaboradores da revista Atlântico, nos quais me incluo, às ambições políticas de Paulo Portas. Também me chamaram cavaquista por aquilo que escrevi em defesa da eleição de Cavaco Silva. Este primarismo de extinguir a individualidade de uma pessoa deixa-me sempre siderado.
(via O Acidental)