Hipocrisia, falta de vergonha e falta de memória (2)
À falta de melhores argumentos para defender afirmações deste calibre (feitas no seu já infamemente célebre post A liberdade da islamofobia) Daniel Oliveira procura desesperadamente inventar analogias impossíveis.
Afirmei na altura, e obviamente mantenho, que o post Kit Páscoa, do mesmo Daniel Oliveira, foi um "desagradável mas elucidativo exercício de mau gosto". Não consta que Daniel Oliveira tenha sido ameaçado de morte, que tenha passado a viver sob escolta policial, que as sedes do Bloco de Esquerda tenham sido incendiadas ou que altos dignatários políticos nacionais tenham sentido necessidade de pedir desculpas pelo mau gosto insultuoso do activista bloquista. Pelo contrário, gozando das liberdades proporcionadas pelo sistema que obstinadamente combate, Daniel Oliveira continua a destilar o seu veneno de extrema esquerda pela blogosfera e até numa coluna do Expresso. Por que a liberdade de expressão se aplica também aos inimigos da liberdade (desde que actuem por meios não violentos) e particularmente aos casos extremos, defendo inequivocamente o direito do Daniel Oliveira continuar a espalhar o seu veneno anti-liberal e anti-ocidental, assim como o direito do Expresso (e de quaisquer outras instituições privadas que o desejem) a pagar-lhe para esse fim. Isso não implica como é óbvio, que me abstenha de assinalar o mau gosto de Daniel Oliveira ou de criticar por outras formas os seus escritos.
O que está em causa é o completo absurdo de, perante a reacção e intimidação organizada por forças islamistas radicais e a ameaça do terrorismo, escrever que "a islamofobia é um dos maiores perigos que a Europa vive". O que está em causa é que alguém que não se coíbe de ofender impunentemente por todos os meios ao seu alcance os cristãos venha dizer que não aceita que "Cristo e Moisés sejam intocáveis na Europa e Maomé motivo recorrente de galhofa".
Não encontro outra explicação para o comportamento de Daniel Oliveira que não seja o "apego compulsivo aos ódios ensinados na cartilha política" em que cresceu referido pelo CAA. Incapaz de ocultar permanentemente o seu desconforto com a liberdade, certa esquerda (felizmente não toda) aproveita estas ocasiões para relembrar a quem a queira saber ler que continua a colocar o combate às democracias liberais do Ocidente acima de qualquer outro princípio ou consideração. Mesmo quando isso a coloca na companhia de quem defende modelos totalitários diferentes do seu.
Para concluir, nada melhor do que recordar a forma como Daniel Oliveira se desmente a si próprio:
Daniel Oliveira, 5 de Fevereiro de 2006:O que não aceito é que Cristo e Moisés sejam intocáveis na Europa e Maomé motivo recorrente de galhofa.
Daniel Oliveira, 6 de Abril de 2004 (em comentário ao seu post Kit Páscoa):Comparar este post com insultos pessoais não tem qualquer sentido. Cristo não é familiar ou amigo de ninguém aqui. É uma personagem histórica. Pode ser gozada, sem que isso tenha de ofender ninguém.
Mais palavras para quê? Daniel Oliveira é o protótipo do verdadeiro artista bloquista, especialista em chafurdar na porcaria...
por André Azevedo Alves @ 2/07/2006 07:03:00 da tarde
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