20.2.06

Como se selecciona a memória

Nuno Ramos de Almeida (NRA) relembra a Vasco Pulido Valente alguns ataques recentes do Ocidente ao Islão. Chamo a atenção do leitor para duas das escolhas de NRA e que tão bem nos demonstram a isenção crítica da extrema-esquerda: A resolução 181 das Nações Unidas que aprovou a criação do Estado de Israel (e - não esqueça, sff - da Palestina) e o ataque de Israel ao Egipto na madrugada de 5 de Junho de 1967. Quanto a esta última é engraçado como o dito NRA 'esquece' a saída da UNEF do Sinai em Maio daquele ano, com a subsequente mobilização das tropas egípcias para a fronteira com Israel; a visita de Sadat a Moscovo (em Abril de 1967), no decorrer da qual os amigos soviéticos tão bem o informam das 'reais' intenções israelitas em atacar a Síria já no mês seguinte; o fecho (por ordem de Nasser) do Estreito de Tiran na Primavera daquele ano; a pressão do Egipto e da Síria sobre o rei Hussein da Jordânia, o único sensato dos pobres coitados que então governavam os estados árabes. Enfim, um pequeno rol de 'esquecimentos' que os ditos fazedores da nossa 'memória selectiva' tão bem gostam de tentar.