O que falta aos partidos não é folclore
Os partidos políticos preocupados que estão com o afastamento da chamada sociedade civil têm procurado inovar-se com a escolha directa dos seus líderes. Por muito meritória que a decisão seja ela, não trará resultados por aí além. O problema manter-se-á. As pessoas continuarão a não acreditar na classe política e esta permanecerá alheada dos anseios da sociedade. Porquê?
Tanto o PS, como o PSD e o CDS (o PCP e o BE são de índole diferente e por outras razões que não as de carácter ético) foram, salvo raras e honrosas excepções, tomados por quem os vê como um meio de subir na vida. Subir na vida à custa de um partido implica transformá-lo numa máquina de assalto ao poder. Daí à indiferença em conhecer os problemas e estudar as soluções vai um pequeno passo.
Julgo não estar enganado quando digo nunca partido algum ter organizado uma série de debates, conferências, o que seja, sobre os mais variados temas, convidando para neles intervir quem, em virtude da sua própria experiência profissional, conheça a fundo os problemas e pode contribuir com algumas respostas. Da mesma forma, creio, ser nulo o interesse em ouvir quem ocupa todo o seu tempo a estudar e investigar soluções políticas. O que os partidos precisam não é de folclore, mas de escutar as pessoas. Esse é o primeiro passo para a política passar a estar próxima dos eleitores, porque perto dos seus anseios.
por André Abrantes Amaral @ 1/18/2006 11:44:00 da manhã
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