Esquecer Cavaco
Muitos dos que pertencem aos denominados partidos da direita, vêem na vitória de Cavaco Silva uma primeira esperança de regresso ao governo. É a perspectiva dos partidos como máquinas de assalto ao poder. A vitória de ontem deve, no entanto, dar azo a uma visão mais ambiciosa: Mais que o poder, interessa mudar. A adopção de políticas de direita, e no meu entender, liberais, pressupõe uma alteração no modo de encarar o Estado. Ora, esta modificação não se opera por decreto. Numa politica liberal o poder não está no governo nem na rua, mas nas pessoas. São estas que devem exigir mudanças e é nestas que se devem apoiar PSD e CDS.
De muito pouco valerá repetir a experiência do Governo de Durão Barroso, pejado de oportunidades perdidas e que entregou o governo a uma maioria socialista, cujo eleitorado não pretende reformas. Os partidos da direita não se devem apoiar em Cavaco, vendo nele o salvador. O melhor que farão é esquecê-lo, entregue que estará ao endeusamento característico de todos os Presidentes.
A partir da próxima segunda-feira e, após ter (finalmente) conseguido eleger um chefe de estado, a direita deve deixar de contemplações e mudar radicalmente. Se Cavaco quer cooperar com o Sócrates, a direita tem de se reinventar. Esquecendo Cavaco, deve perder o medo e pugnar por novas soluções que não de cariz estatal. Um governo de direita não deve fazer o jogo da esquerda, mas governar verdadeiramente. Para tal é preciso fazer politica, verdadeira política. Os 3 anos que os partidos de direita têm pela frente é tempo de sobra para se prepararem e ouvirem quem estuda novas soluções. É o chamado combate cultural que já começou. Regressar ao poder e manter uma linha de rumo socialista, apenas levará ao descrédito desses partidos.
por André Abrantes Amaral @ 1/23/2006 11:30:00 da manhã
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