30.12.05

Um bom ano de 2006

"Trust me" government asks that we concentrate our hopes and dreams on one man; that we trust him to do what's best for us. My view of government places trust not in one person or one party, but in those values that transcend persons and parties. The trust is where it belongs--in the people. The responsibility to live up to that trust is where it belongs, in their elected leaders. That kind of relationship, between the people and their elected leaders, is a special kind of compact.

Ronald Reagan, ‘Time to Recapture our Destiny’, proferido a 17 de Julho de 1980.


Que o ano de 2005 termina à beira da depressão é uma ideia que, de tão repetida, já todos aceitam. O governo pede sacrifícios e mostra-se esperançado em 2006. O povo anseia por dias melhores e, naturalmente, espera que o dito governo resolva, fazendo o que tem a fazer. Fora isso há uma enorme letargia que nos invade.

As dificuldades que vivemos resultam do excesso de Estado, traduzido em demasiada despesa que nos tira os rendimentos e os postos de trabalho. O ano 2005 demonstra, no entanto, algo mais que o país ainda não está pronto a reconhecer. Que o problema está no próprio governo e não, ao contrário do que este pretende fazer crer, no país. Senão vejamos: Ao défice das contas públicas, o Eng. Sócrates respondeu com aumento de impostos. Contra a estagnação económica, avança com a OTA, o TGV e um novo vazio que por aqui e acolá se ouve que é o virmos a ser ‘um país de eventos’; tudo projectos que aumentarão a despesa e o referido défice. Se por um lado Sócrates disse precisar de dinheiro para cobrir o défice, por outro pretende utilizar esse mesmo dinheiro para pagar obras públicas de proveito duvidoso. 2005 foi o ano do saque e, como muito bem referiu Alberto Gonçalves, a figura do ano foi a de urso que fizemos de Janeiro até agora.

Não é o país que está em crise. É o Estado. Mais precisamente o Estado Social que nos afoga na sua própria lama. 2005 demonstrou-nos isso. Quando daqui a um ano soubermos que o défice se mantém e o esforço foi em vão, 2006 pode bem vir a ser um ano de mudança. Todo o discurso político é no sentido de ‘dar’ confiança aos portugueses. Quando estes não a ‘receberem’, mas a ganharem, estará dado o primeiro passo.

P.S.: A todos os leitores d’O Insurgente desejo um bom ano de 2006 e que, nos próximos meses, deixando de ter medo de viver à margem do paternalismo que nos impõem, consigamos ser donos do nosso próprio destino.