Ganhar força lá fora
O ano 2005 ficará na memória pelos primeiros sinais dados à Europa. O ‘não’ ao Tratado Constitucional de holandeses e franceses, a indecisão alemã na escolha entre as reformas da CDU e a manutenção do ‘status quo’ do SPD, os graves confrontos sociais ocorridos nos arredores de Paris e a incapacidade de acordo, entre as nações europeias, no que diz respeito ao orçamento comunitário. Se não houver cuidado o pior ainda está para vir.
Havendo cautelas, o ano de 2006 pode ser marcado por uma viragem no projecto europeu, passando a ser mais liberal e menos burocrata, primando pela abertura dos mercados, o fim dos subsídios comunitários a áreas não produtivas, relegando-se a construção política para um segundo plano. O que hoje mais interessa às nações europeias? Crescimento económico e estabilidade social ou integração política? Creio que a resposta não é difícil.
Mas o ano que se avizinha pode demonstrar outra realidade. Sempre que as nações europeias sentem tensão no continente, procuram ganhar forças no exterior. Poderemos ver o Reino Unido a fortalecer os seus laços com a Commonwealth, a Espanha a virar-se para a América do Sul. Nunca se sabe, mas até nós podemos surpreender no Brasil e em Angola. Se olharmos com atenção para o interesse que a TAP e alguns grupos empresariais portugueses vão tendo no Brasil e em África, comprovaremos que já caminhamos nesse sentido.
por André Abrantes Amaral @ 12/29/2005 11:51:00 da manhã
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