27.6.05

A falácia do pagamento de impostos na Função Pública

o trabalhador português, funcionário público incluído, ganha mal e paga, quase sozinho, a totalidade das despesas de um Estado que lhe dá pouco, cada vez menos.
Convém explicar - a quem pouco percebe de Contabilidade - um simples facto: os funcionários públicos não pagam impostos!

Na folha de vencimento de um funcionário público (solteiro e sem filhos), com um contrato de trabalho que estipula o salário bruto de 1.000 euros, virá a seguinte informação:
  • Salário bruto: 1.000 euros
  • IRS (retenção na fonte - 10,5%): 105 euros
  • Caixa Geral de Aposentações (10%): 100 euros
  • ADSE (1%): 10 euros
  • Salário líquido: 785 euros
Ora, o Ministério que emprega o funcionário vai entregar os 105 euros retidos ao Ministério das Finanças, os 100 à Caixa Geral de Aposentações e os 10 à ADSE (ou ao Ministério da Saúde, não sei quem faz a gestão financeira).

Mas - para quem ainda não percebeu que estamos a falar exclusivamente de entidades estatais - estas operações são equivalentes a eu tirar dinheiro do meu bolso esquerdo das calças e colocá-lo no bolso direito. Tradução: o funcionário público não pagou impostos porque esse dinheiro já se encontrava, anteriormente, nos cofres do Estado. Ocorreu apenas um movimento contabilístico.

E se o dinheiro já estava depositado na conta bancária do Estado convém, então, descobrir quem o pôs lá: o contribuinte privado, pois claro!