18.5.05

Um muro montado

A conversão de uma área de sobreiros só é permitida quando estão em causa equipamentos colectivos de imprescindível utilidade pública. Para que a utilidade pública seja concedida é preciso reunir provas de sustentabilidade e de inexistência de alternativas válidas.
Mas não se pense que o montado está em perigo de extinção. Quem saia dos meios urbanos (onde vivem a maior parte dos ilustres escribas da blogosfera) e viaje um pouco pelo Alentejo fora, vai poder apreciar o enorme número de chaparros que foi plantado; hectares incontáveis de sobreiros recém nascidos. O sobreiro é uma árvore de crescimento lento, que só ao fim de quase duas gerações e em número relativamente elevado (a cortiça é pesada e valorizada em arrobas - 15Kg) gera proveitos. Algumas centenas de árvores não terão, por isso, um impacto significativo na dimensão do montado português nem significam um choque importante no futuro da indústria corticeira nem na criação do porco preto. Pelo contrário, valoriza-se os chaparros que nos últimos anos têm sido plantados.