17.5.05

O fim do internacionalismo

Esta terça-feira o PCP vai entregar uma petição de 20 mil assinaturas que defende a limitação das importações têxteis para a União Europeia e na quarta-feira debate-se, no parlamento, um projecto de resolução comunista que recomenda ao governo o accionamento das cláusulas de salvaguarda relativamente a vestuário da China, Paquistão e Índia.
Aquela história do internacionalismo, da solidariedade entre os povos, não era para levar a sério, pois não? Então e a solidariedade com o proletariado português e europeu, que poderiam aceder a produtos têxteis mais baratos, libertando-lhes parte do orçamento familiar para mais poupança ou outros consumos imediatos (criando emprego noutras indústrias)? Então e a solidariedade com o proletariado chinês, que através da produção e venda destes produtos melhora as suas condições de vida?
Não me digam que nos andaram a enganar este tempo todo? Veja-se as declarações proferidas durante o "Comício Internacional de Lisboa" em Maio de 1997:
Segundo todos os nossos entrevistados, a saída deste problema [desemprego] só será possível com uma alternativa ao neoliberalismo e às políticas de direita. Uma batalha em que a solidariedade dos povos deve desempenhar um papel importantíssimo.
Nas bancadas do Campo Pequeno encontrámos Oliviero di Liberto, presidente do grupo paralmentar da Refundação Comunista (Itália), que partilha essa opinião: «O internacionalismo é fundamental no nosso mundo. A situação é muito difícil, mas vamos vencer com a unidade dos trabalhadores.»

Nunca mais acredito neles...