23.5.05

O défice e as reações

  • O ex-ministro Jorge Coelho disse "estar chocado". Fico na dúvida se por considerar o défice alto ou por o achar demasiado baixo. Ainda há uns tempos pertencia ao clube do "há mais vida para além do défice". O líder parlamentar do seu partido acha inclusivé que o défice é uma benção.

  • O BE afirma não querer aumentos de impostos. Concordo. Fala em genericamente em reduzir a despesa a "ostentória") e em reduzir a evasão fiscal. O mesmo deserto de ideias portanto. Desde que não toquem no seu sacrossanto welfare state tudo está bem. Que este seja o culpado da situação é-lhes indiferente. É deixar arder...

  • A CGTP apresenta uma proposta inteligênte. "Combater a economia clandestina". Pedem, desta firna, um aumento do desemprego. Apresentam outras medidas de igual calibre. Destaco o "combate[ a]os desempregos baseados em rescisões por mútuo acordo".

  • Dando provas do seu completo alheamento da realidade o PCP exige o "combate aos interesses dos grandes grupos económicos" e que a situação actual é culpa da "obsessão pelo défice" do governo anterior. Ainda há quem vote neles...

  • O PM ministro irá anunciar medidas de urgência na próxima Quarta-Feira. Espero que destes não conste o anunciado plano de obras públicas. Vitor Constâncio afirma ser indispensável "adoptar medidas do lado das receitas". Espero, sinceramente, que Sócrates não se esqueça e dê mais especial atenção ao lado da despesa.