Cavaco II
Surge, no entanto a questão de saber se, com Cavaco Presidente o país ia pelo bom caminho. Tenho para comigo que o ex-primeiro-ministro é um homem honesto, não apenas na medida em que não faz trafulhices, mas já naquele nível da honestidade para consigo mesmo de quem, sabendo os seus limites, não quer prometer o que não pode oferecer. Daí, talvez as dúvidas de Cavaco. Daí, talvez, o meu raciocínio não esteja assim tão errado.
Será Cavaco o presidente que precisamos? Os 10 anos do seu governo foram de prosperidade e crescimento económico. Foram os tempos das ‘vacas gordas’. No entanto, vendo as coisas ao longe, começamos a dar razão àqueles que, naquele tempo, avisavam da necessidade de reformas estruturais. A redução da função pública, a desregulamentação da actividade económica e a aposta em outras receitas de desenvolvimento que não o motor do Estado. Cavaco apostou, com os fundos da CEE, no que era mais fácil: As obras públicas, adjudicadas pelo Estado e pagas pela Europa. Assim, é fácil crescer e criar emprego. Cavaco aplicou nos seus 10 anos de governo um género de New Deal, com a diferença que o dinheiro, ao contrário do que sucedeu nos anos 30 nos EUA, não vinha do contribuinte nacional, mas da Europa.
Todos os que, na época, alertaram para este risco foram sujeitos ao ridículo. O tempo não era de discussão ideológica, mas de resultados económicos. Esses, na época era animadores e serviam. A evolução da economia veio demonstrar que por pouco tempo.
por André Abrantes Amaral @ 5/16/2005 01:59:00 da tarde
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