A nacionalização da cultura
Penso ser pacífico considerar que os imóveis históricos, os monumentos que os nossos antepassados construiram e chegaram aos nossos dias como testemunhas da sua época, serão parte muito significativa da nossa cultura.
A sua propriedade é muitas vezes detida pelo estado central (pelo Ministério da Cultura, pelo IPPAR...). Este proprietário, cujas receitas dependem dos contribuintes e não da rentabilização do seu património, não consegue atender às especiais necessidades de conservação desses imóveis. Fosse um privado a deter o imóvel e teríamos reportagens e debates sobre o abandono a que estava votado, que os seus utilizadores (podemo-nos todos incluir neste grupo) estavam desamparados, que o dono esperava que ruísse para construir uma torre de apartamentos e reclamar-se-ia a intervenção do governo. Expropie-se; nacionalize-se!
O que fazer quando se observa o simétrico, quando é o estado a ser desleixado, quando aumentar os fundos para atender a todas as necessidades siginifica mais cedo ou mais tarde aumentar impostos?
Um exemplo deste absentismo é o Convento de Jesus em Setúbal. A sua ruína parece cada vez mais certa. Compare-se a sua situação com os monumentos a quem foi dada utilização e com isso ganharam nova vida, como o caso das pousadas. Compare-se com outros exemplos locais, o castelo de Palmela e o forte de S. Filipe em Setúbal.
por LA @ 4/21/2005 12:07:00 da tarde
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