A economia paralela e outras formas de encarar a realidade
O meu carro sempre foi um Mini que a minha mãe me emprestou quando tive de fazer algumas deslocações em trabalho, a vários sítios entre eles, imagine-se, o Porto. É um Mini dos modelos mais antigos, mas já de 1991. Não é um Mini qualquer. Não. É um Cooper vermelho com tejadilho branco, tem 75 cavalos e 1300cc. Possui, como facilmente se depreende, aquilo a que se chama potência. Apenas em teoria, claro. Na verdade, a tecnologia do Mini não evoluiu muito desde 1970 e a do meu carro é dessa época. Ora, este pequeno pormenor tira força ao motor, a tremedeira impede-o de andar a mais de 100 e (agora é que são elas) por vezes não pega. Ou é a bateria, ou são as velas. A chuva, por vezes, também ajuda a que fique em casa. Os buracos de Lisboa não facilitam e o pára-choques por vezes cai e fica a bater no chão até conseguir estacionar. Coisas curiosas que sucedem a quem utiliza um carro, eu digo antigo, os amigos invejosos apelidam-no de velho. Tudo isto para concluir que, à custa deste meu carro conheci um senhor muito interessante que reboca carros em Lisboa. Foram tantas as vezes que, nas últimas, já lhe dei as chaves e ele soube sempre onde se dirigir. Da primeira vez sucedeu uma coisa engraçada quando ia pagar e que explica a razão deste ‘post’. Quando lhe perguntei quanto era, a resposta foi um depende. Se quisesse factura eram 5 contos, caso contrário teria de lhe acrescentar o IVA. Ficámo-nos pela conta redonda. Esta é uma história com um fim que todos conhecem. Quem nunca ouviu o mesmo aquando do orçamento das obras lá em casa? São inúmeros os exemplos conhecidos. Há quem lhe chame economia paralela, outros definem-na como a única forma de sobrevivência num meio onde, caso todos os impostos fossem pagos, a continuação do negócio seria impossível. São perspectivas. Mas também há quem ande de Mini e outros que tais de Audi...
P.S.: Desde que me casei o Mini ficou, por razões, no dizer do Eng. Guterres, óbvias, como segundo carro.
por André Abrantes Amaral @ 4/13/2005 11:48:00 da manhã
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