28.2.05

Contágio iraquiano

No Líbano, milhares de pessoas estão a desafiar o recolher obrigatório imposto pelo governo pró-sírio e a concentrarem-se nas ruas de Beirute. As pessoas, depois do assassínio de Hariri perderam o medo às autoridades e desafiam-nas directamente.

Ouço Miguel Monjardino na TSF dizer que o que talvez tenha feito perder o medo aos libaneses tenha sido o facto de toda a gente ter visto os iraquianos a votar e que isso teria feito tremer as ditaduras e teocracias da região. Tanto assim que, por exemplo, Mubarak já prometeu eleições mais democráticas no Egipto.

Muita gente pode ter sido contra a guerra no Iraque, mas agora que Saddam está derrubado não há vantagem nenhuma, e muito menos para os iraquianos, em tentar sabotar o caminho que o Iraque está neste momento a trilhar (não sabendo nós, de qualquer modo, como isto vai acabar). E muito menos continuar a chamar "resistentes" àqueles que se opõem militarmente no terreno às actuais autoridades iraquianas e aos americanos. Actos como o de hoje provam, se isso fosse necessário, de que não há nenhuma resisteência. Apenas terrorismo.

Não sei se o "contágio democrático" vai ser bem sucedido, mas talvez seja a prova de que nenhum povo gosta de desperdiçar a oportunidade de ser livre. Mas, muita gente, na esquerda, continua apegada à teoria e não quer ver o que se passa no terreno.

2 Comentários:

Em 2/28/2005 02:02:00 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

Vejam-se os comentários de Walid Jumblatt há um ano e hoje:
http://www.johannorberg.net/?page=displayblog&month=2&year=2005#844

 
Em 2/28/2005 05:07:00 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

Já há muito tempo (antes das eleições no Iraque) que há manifestações, pró e anti-sírias, no Líbano.

 

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